ANISTIA?
CAIXA
DOIS
–
a insanidade de uma anistia: tirânica democracia –
"A
corrupção não é uma invenção brasileira, mas a impunidade é uma coisa muito
nossa.”
Jô Soares
Se as letras
sofressem a erosão dos discursos repetidos e esvaziados tanto quanto as
palavras pagam o preço da vergonha semântica, estaríamos diante da necessidade
de elaborar outro código alfabético. Tarefa tão descomunal quanto a abissal função
política que - incólumes? - assumimos: assistir de longe a “banda
passar”. A marcha da corrupção gasta o piso do solo pátrio e, para o conforto daqueles
que passam, trocam-se os sapatos! Em ordem alfabética, tensa e gasta, o mesmo discurso!
Caixa 1, caixa 2...
Não persigo
respostas, desejo perguntas. E para não esfolar as palavras que me restam, vou
lembrar algumas frases que a história não pode apagar. Tirando da caixa das
grandes falas, eis algumas lembranças:]
“O que me preocupa não é nem o grito dos corruptos, dos violentos, dos
desonestos, dos sem caráter, dos sem ética... O que me preocupa é o silêncio
dos bons.” Martin Luther King
“Ainda que fôssemos surdos e mudos como uma pedra, a nossa própria passividade
seria uma forma de ação.” Sartre
“Brasil: esse estranho país de corruptos sem corruptores.”
Luís Fernando Veríssimo
“É muito mais fácil corromper do que persuadir.”
Sócrates
“A corrupção dos governantes quase sempre começa com a corrupção dos
seus princípios.” Montesquieu
“A democracia é apenas a substituição de alguns corruptos por muitos
incompetentes.” George B. Shaw
“Num estado democrático existem duas classes de políticos: Os suspeitos
de corrupção e os corruptos.” David Zac
“De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra,
de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas
mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a
ter vergonha de ser honesto.” Ruy Barbosa
Atemporais? Tristemente, atuais!
Ivane
Laurete Perotti