DISCURSOS SEGMENTADOS
DISCURSOS SEGMENTADOS
- opiniões divididas: democracia a caminho?
-
"... democracia é oportunizar a todos o
mesmo ponto de
partida. Quanto
ao ponto de chegada depende de cada um."
Fernando
Sabino
O
saldo social dos últimos acontecimentos na "... PÁTRIA AMADA,
BRASIL!..." marca-se com um risco em vermelho: estamos processualmente
assumindo um papel sociopolítico
dentro do sistema democrático regente? Ou, revisitamos a história deste país
pelo avesso caminho dos fatos mal contados?
A
"demo+kratos" reveste-se da
inconfessa arbitrariedade dos signos que a instauram: os discursos fundantes! Fugir dessa realidade é negar
a necessária ilusão de que somos um povo pacífico - demasiadamente pacíficos para
alguns. Vale buscar de mansinho, muito de mansinho, em surdina recordação, os
virulentos acontecidos em nem tão longa data, cujo expoente-sobrevivente
elegemos para representar o desejo do povo acuado. Contudo, sem mudar a tônica
do parágrafo, há de se pensar que a tortura em si mesma mescla-se de fatores
psicológicos que não marcam a pele, antes, marcam a alma, a vontade, a história
não contada. Seríamos incautamente ingênuos se a desconsiderássemos como fator
cotidiano de pressão pessoal e social direta ou indiretamente constituída. Sob vários
contornos e graus, torturam-nos: a violência, a pobreza, a deseducação, a
insegurança, a inassistência à saúde, a corrupção, os desmandos, os descasos,
as injustiças... O quadro é grosseiro e abundante, Infelizmente, abundante!
Que
país é este? Quais as características do povo que o irmana em uma única nação? Única
nação? Se aventar responder cometerei grosseiros erros de simplificação que, particularmente,
não sinto segurança em expor. O momento é complexo e coroado pelas dúvidas
imanentes a ele mesmo. Cruzam-se discursos marcados por interesses múltiplos,
por comportamentos que exploram o particular universo do cidadão e o espírito nacionalista
adormecido em caótico berço de pau a
pique.
A "linha em
vermelho" risca nossas cabeças pelo trajeto dos movimentos visíveis e
invisíveis ao dispor dos que acreditam participar de uma forma ou outra da
incompletude cidadã. Urge colocarmo-nos em estado de atenção: discutimos o
estatuto do nascituro?, a política de contratação de médicos estrangeiros?, os
discutíveis investimentos para a Copa e seus desdobramentos?, o silêncio de
nossa representante maior?, as manifestações que explodem em linhas bifurcadas?
Não!
Ainda não sabemos o quê fazer com a suposta democracia que rege nosso país
quase à deriva.
Discursos
segmentados têm o poder de instalar a dúvida e mover a desesperança. Discursos
silenciosos têm a capacidade intrínseca de eloquentemente ocupar espaços
vazios. É a lei da interpretação a partir do conhecimento enciclopédico de cada
um. E aí? Aí... que sejamos libertos de nossa ignorância varonil. Santa ignorância
que nos divide e mantêm em esperança falaciosa. Até quando? Não buscar a
resposta também é uma forma de enganar a si mesmo. Engano-me?
"Democracia
é a forma de governo em que o povo imagina estar
no
poder."
Carlos
Drummond de Andrade
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