CHEGA...
SOBRE
O GÊNERO HUMANO: 
                                          CADÊ O HUMANO DO GÊNERO?
                                                             “Toda ação humana, quer se torne positiva ou
negativa,  
                                                                depende de
motivação.”
                                                                     Dalai Lama
                                Nas preces dos que
choram a barbárie, ou nas lágrimas dos que pedem por justiça, ou na injustiça
dos que sucumbem ao peso dos fatos, não há trégua para a dor: ao homem é dado
sentir e sentir é uma experiência solitária. Tão solitária quanto o olhar de
quem carrega o fardo da consciência destituída.
                            Seres debatem-se na queda da virtuosa dúvida:
humanos? Humanos seres? Estes? Aqueles?  Aqui
e ali, traços de um gênero em despedida. Profunda queda esta que tramamos para
a alma abalada: calada, parte sem guarida! E a despedida? Longa ferida... 
                              O
corpo cai. Soluços não chamam os anjos. Partiu-se a esperança em cacos
descoloridos. Fere-se a voz. Um grito de socorro não alcança a tepidez do
martelo solto: martela-se o cunho da justiça civilizada. Pelo chão sujo, mãos
voluptuosas perseguem a lágrima ensanguentada! Mais um sorriso morreu na
calçada. Quantos ainda rondam a escura pena da justiça destravada? Que pena?
Aquela que escreve com o punho macabro do egoísmo insano? Ou a que atravessa as
ruas da cidade para afundar em terreno estranho? Pena! O soluço não cala o
grito. Nem um pedido suspende o atrito: a cabeça rola em desvio do chão.  Era um não! Não! Pião das palavras lançadas, o
preço da hora errada. Morre a mãe por destino não seu. Matam o menino, pequeno
Romeu.  
                           Estranho o terreno que
pisamos sem desgrudar a cabeça das enganosas pegadas vermelhas. Manchas. Manchas
atravessam-se feito flechas de aço quente e o dia volta a desenterrar mais um,
mais outro. Desconforto. Mundo torto. Homem morto. Um. Dois. Três. Não conte,
passe a vez. Choram anjos e não anjos a descida do além. Disseram amém! Para
quem? Ninguém! O cortejo abandona o átrio, era o pátio de alguém.  
                           Doem os joelhos dos
penitentes. Há quem aguente? Somos gente! Gente do tipo que sente! Senta?
Não tenta! Inventa, inventa um jeito de fazer que faz e segue: a vida? Faz tempo,
muito tempo ficou atrás.  Não se compraz!
 Audaz, cede o lugar para o homem que olha
o céu: azul, azul... dai-me a paz! Dai-me a paz de todos os motivos e
sacrifícios. A guerra começou abaixo da nuvem cor-de-rosa, subiu a escada da
polifonia, falsa analogia. Não era ela! Não era ela! Várias vozes, nenhum
sujeito. Todos sem peito, ou direito de dizer: CHEGA! CHEGA! CHEGA!
                       Chega!  
                       Do amor voltou o eco.
Vai ao teto, desce ao chão, procura o lugar quente, que seja gente, uma
semente...
                                    “A responsabilidade  de todos é o único caminho para a
                                      sobrevivência humana.”
                                     Dalai Lama

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