SOBRE O AMOR
O
AMOR NÃO CAUSA TRISTEZA
- a saudável amplidão de um
sentimento sem dependências –
“E quando há a experiência
da verdade no eu, o amor se torna um fogo que destrói a negatividade.”
Brahma
Kumaris
Suave como a alma que dança
na linha baixa do céu, o vento carrega sozinho a nota da eterna canção. Em
cadência de tarde fresca, o sol desliza um raio de luz sobre os enamorados:
soltos, voam na direção do plano de cada qual.
Um e um somam um na vida e na música: não se
contam os intervalos entre o antes e o depois. Na genealogia do amor saudável, a pauta
completa o verso dos ângulos abertos em um continnum
topológico enriquecido pelos espaços preenchidos. Sem quebras, sem rasuras,
flui e envolve o doce hálito das histórias feitas para viver. Sorrisos começam na
alma e se expressam no rosto limpo de máscaras e medos, nem Otelo, nem
Desdêmona encenam o verbo. Pois o verbo é a ação livre de dependências e
amarras, liberta dos jogos de negação e poder. Ei-las: flexões indolores que ligam
pontes e caminhos, suavemente, isentas de pressa, desnudas de rótulos,
desembaraçadas das etiquetas tão comuns à alça do destino cruzado. Ei-las!
Matrizes da arte e do crescimento, raízes da alma e do grande passo, remanso
das ondas internas. Um avanço em ponte, um elo: convite à valsa da evolução.
Cai uma estrela aos pés do
amor robusto, tinge a terra de cálidos matizes e amplia a visão da beleza
profunda. É ali, no viés do cadente astro que a individualidade encontra a sua
face. Desdobra-se e identifica-se. Um e um somam-se entre um mais um e um é um
cada um. Mistura ébria do colossal amor que não ocupa fronteiras nem demarca
limites. Doa-se, entrega-se e nada pede em troca. Faz e refaz a vinda em seu
propósito de amar e criar, cada vez mais novo na tarefa madura de cuidar sem
ferir. É nobre o espírito que abriga sem conflito a marcha do puro amor.
O amor não causa tristeza,
não cobra a proeza de se fazer amar.
O amor não é a bravura de
dois corpos capazes de se encontrar.
Ah! Onde mora o amor, não há
lutas, nem perdas, nem faltas. Onde mora o amor não se abriga a desdita, nem se
corrompe a vida em falsas parcerias aflitas, contritos fantasmas de minguado
pendor. Em índoles frias e vazias, não se conjuga o amor.
“O amor verdadeiro, por estar preenchido, transborda bons sentimentos. (...)
Ele não toma, simplesmente doa. Na sua pureza não espera o retorno para si...”
Brahma Kumaris
Comentários
Postar um comentário