TOMBAM OS DEGRAUS DA VIDA

TOMBAM EM LINHA RETA OS DEGRAUS DA VIDA


                                            "Até que a filosofia que mantém uma raça superior e outra inferior                                                  esteja finalmente e permanentemente desacreditada e abandonada em                                                todo lugar haverá guerra."
                                               Bob Marley


                                      Toma para si a fantasmagórica dor que perambula pela  história alheia e então verá que nada está tão longe do que lhe é próprio e conhecido. A dor é uma corrente viva que desloca o eixo da individualidade e personifica a natureza de sua origem: quem sofre e onde sofre aquele que a enfrenta?
                                      As fronteiras humanas entre aqui e , onde quer que se instale um e outro, não se materializam na geografia natural, mas aferram-se em torno da complexidade interativa dos elementos físicos, biológicos e humanos. Comunidades, grupos, nações agregam-se em trincheiras de interesses, posse, vingança, combate, dominações, desfigurando o conceito de  habitabilidade com  razões  traçadas fora do espectro físico: os fenômenos climáticos devastam bem menos do que os cíclicos e mortais jogos de poder.
                                   Quando as guerras açoitam as portas terrenas, sepultam a inocência em valas rasas e malcheirosas; mãos secas de esperança cobrem olhos aterrorizados, as almas se despedem em prantos e não há colo suficiente para minimizar o medo e a dor. Quando as guerras descem dos punhos fechados em torno de objetivos sempre mesquinhos, as garras da morte abrem-se em leques multifacetados: fome, abandono, terror, agonia, tortura. A abóboda celeste desaba em lágrimas vertiginosas sobre a Terra  regada com o sangue dos povos violados. Cicatrizes profundas e irremediáveis desenham o mapa de repetidos holocaustos, linhas de indiferença nos degraus da vida solapada.  Assim foi, assim é, assim será? Não há guerra que se justifique, nem morte que folgue impune, mas as condições claudicantes de nossa consciência humana abafam os gritos de clemência, justiça e paz. Até quando? Até quando o homem perecerá sob a mão de outro homem, sob o império da conquista, sob o signo da conflagração ...
                                  Tipos de guerra não mudam sua natureza dantesca, nem sopram  ventos de vitória sobre tumbas reviradas. O tamanho de qualquer guerra é sempre único: inaceitável! O custo de todo o conflito bélico é a morte implacável da humanidade, da beleza, da justa simplicidade: direitos insupríveis sobre a face habitável de um planeta devastado pelas mãos que deveriam guardá-lo.
                                   Até quando?
                                  Aqui, ali, lá...o fantasma do medo motivado corre solto nas veias da dor. Ruas e trincheiras endereçam a violência ao mesmo destino, selam a mortal correspondência e tingem a mensagem com sangue insonte.
                                   Até quando?
                            Aqui, ali, lá, matamos o anúncio de um futuro sem esboço: mísseis, balas perdidas, bombardeios, armas de poder e destruição.
                                     Aqui e lá....
                          
                           
                                   "Pensamos demasiadamente.Sentimos muito pouco.Necessitamos mais de                                           humildade que de máquinas.Mais de bondade e ternura que de inteligência.                                     Sem isso,a vida se tornará violenta e tudo se perderá."

                                            Charles Chaplin

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