FITO LUAR - texto
FITO
LUAR
Deitou
nua
a
sombra da lua
sobre
o peito do mar...
soprou
seu hálito prata,
a
ingrata,
para
fazê-lo sonhar...
o
sonho revirou a alma,
agitou
a calma,
fez
o pélago implorar
pela
face da amante,
pedido
extenuante,
...
a lua negou saciar!
Perdido
em denso desejo,
o
mar cantou para o astro,
inflou
a onda mais alta:
Diana!
Diana!
Em
frêmitos,
e
mornos espasmos,
cobiçava
tocar
o
rosto da lua
nua,
sombra
da lua
crua,
oculta
parte
distante
e fria
tão
longe queria
beijar...
beijar...
beijar...
Em
prata,
a
ingrata,
fingia
mergulhar
no
abismo do amor líquido
que
o mar,
insatisfeito,
só
fazia aumentar!
Abismo
de amor é segredo de troca,
fundo
de roca,
silêncio
viscoso,
perfil
perigoso,
mancha
que cansa
sem
medo da lança
...
pode atacara!
No
hálito prata,
a
luminosa ingrata,
odorata,
bebia
o sumo
insano
rumo
do
mar infeliz!
Diana!
Diana!
Diana!
Deitou
a sombra
sobre
o peito do mar...
amou
de longe
deixou-se
beijar
mágica
lua
tão
longe,
tão
nua,
...
fito luar!
Ivane