NO ENCALSO DA NÃO VIOLÊNCIA
ODE AOS DIREITOS
IGUALITÁRIOS
NO ENCALSO DA NÃO VIOLÊNCIA
"A força do direito deve
superar o direito da força."
Rui
Barbosa
Balzac, em suas manifestações que,
para muitos beiravam o pessimismo, admitia ser a igualdade um direito, mas
desacreditava existir poder sobre a Terra capaz de torná-la um fato.
Honoré de Balzac
nasceu em Tours
(20 de maio de 1799) e faleceu em Paris (18 de agosto de 1850); tornou-se
famoso enquanto escritor pela capacidade de "olhar" o mundo sob uma
perspectiva realista.
Rui Barbosa, jurista, político, diplomata
e grande orador brasileiro, nasceu em Salvador (5 de novembro de 1849); notabilizou-se
pela defesa do princípio da igualdade.
Com a distância que o tempo físico
confere aos que não convivem com os padrões de uma mesma época, os dois grandes
pensadores atualizam-se no que urge seja tônica de discussões ressignificadas.
A violência já foi compreendida como
uma forma indispensável à manutenção da vida humana quando o mote da vida era o
permanente "estado de guerra". Se em épocas remotas, antes da criação
do Estado Democrático de Direito, a violência e seus correlatos eram
considerados atributos sociais, há de se questionar os movimentos que nos
levaram a monopolizar o uso da força em parâmetros abarcados pelas políticas de
Segurança Pública.
Como explicar a incivilidade
desenfreada no contexto atual? Qual o papel da brutalidade, da violência, do
uso da força física em espaços que não mais se distinguem pelo background social?
A democracia é um processo em curso no Brasil.
Possivelmente contínuo, se as boas energias nos cumularem de bênçãos e
impedirem desistências pelo meio do caminho. Então, a esperança ainda é
substrato do povo brasileiro e talvez, do homem universal. Ainda é?
Rui Barbosa foi assertivo. Balzac também!
Ao lado das brilhantes leituras que os dois homens legaram à humanidade, está o
medo latente de que, visceralmente, o mais antigo deles tivesse razões
palpáveis para o realismo fatídico.
Qual a boa notícia da semana? Quais
as boas notícias que se interpelam no universo pessoal e único dos indivíduos
que as protagonizam? Afora as discutíveis questões ligadas aos impostos
federais - discutíveis! -, como
fizemos e o quê fizemos no palco shakespeariano da rotina que nos
avassala agora?
Parece pouco diante da força
imperiosa de nos mantermos vivos sem a expectativa fustigante da guerra
iminente. Só parece. Há de se aceitar e compreender que muitas guerras são
travadas no interior de cada um independente dos processos contínuos que levam
o homem social à modernização e à democracia. Possivelmente o espírito dessas
guerras internas esteja a contaminar a nossa "lida" contemporânea e a
estabelecer a sua rede nefasta de incivilidade crescente.
Justificativa esdrúxula!
Infelizmente, a violência não compõe versos cujas rimas permitam medir em
sílabas mais ou menos tônicas as implicaturas de seu tema. É inevitavelmente
tônica a temática da violência. Violência é sempre violência, independente da
força e dos motivos que a instalam.
Que a ingenuidade seja perdoada, mas
se Balzac têm razão, "... pare o
mundo que eu quero descer..." não deu a Raul Seixas nem a Sílvio Brito
o salvo-conduto sobre as guerras travadas.
Quero e vou acreditar na raça humana
até que os animais me provem o contrário.
"Eu sou a favor dos direitos animais bem como
dos direitos
humanos. Essa é a proposta de um ser humano integral."
Abraham
Lincoln
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