DISCURSO EM PROSA POÉTICA
ABERTURA DO EVENTO OFICIAL SETE LAGOAS 24/11/13
( DISCURSO PROFERIDO NA ABERTURA DA CERIMÔNIA)
Sobre o mérito de cada
um...
Desvelam-se as folhas caídas na redolente
noite de outono. Em tépido dourado, despedem-se das árvores decíduas e forram o
caminho iluminado pela lua em quarto minguante. Farfalham segredos aos pés daqueles que andam com
a alma em dobra de canoeiro.
Os homens sonham.
Descalços de veleidades, vestem a vontade do
coração indômito. Sobre os ombros
vergados pairam asas de poder e diligência. Eis, então, que se abrem as comportas
do fazer por escolha e as mãos firmes
mergulham na paixão ideológica empreitada.
Tintos pelas cores da excelência, fazem bem, fazem-no superando as dificuldades.
Os homens operam milagres.
Foi-se
o tempo no qual a delonga marcava os versos da poesia em desabrigo. O ser
humano tem sede de significados. Instala valores e funda princípios longe do
terreno da obrigatoriedade.
Faciunt...
Eles fazem!
Os
homens justos recolhem a história, maceram-na em suor e boa vontade. Escolhas ímpares na tutela do destino
contrafeito: aceitam as folhas, festejam a lua espraiada.
Parcelas embebidas no esforço humano despregam-se
vagarosamente, e uma vez livres, inundam sem medo o coração ao lado.
Exemplum virtutis...
À
força do exemplo são impelidos os que esperam ou temem. Os
sentidos brotam das mãos calejadas pela faina e varzeiam outras mãos. Mãos
atentas e férteis deleitam-se confiantes ante as sementes jogadas ao solo
úmido.
Mãos abertas semeiam o mundo!
Assim sonham os homens justos!
Desprovidos de loas, descortinam os passos da
própria consciência: constroem sobre bases sólidas, engendram projetos,
metrificam a esperança contida. Não
sobra vez à vaidade infecunda.
Sem fímbrias para louros, no
silêncio dos olhos, palmas perfuram o brilho que suspende as lágrimas dos homens
benemerentes.
Vitoriosos, eles choram!
Pelos caminhos tantas vezes nus, as folhas douradas
empertigam-se para festejá-los. E sobre as fraldas das razões do mérito, movem-se
eles: recusam-se a permanecer escondidos nas cavernas da timidez ou nas ruelas
das incertezas.
Eclodem!
Límpidos!
Grandes
e pequenos, homens e mulheres que sonham e
fazem pelo poder que lhes confere a
fé no bem comum. Fazem! Simplesmente fazem!
Empunham brasões de fidalga maestria e rompem
o cerco das tarefas coroadas pelo aguardo da lisonja passageira ou da obrigação
camuflada em dever.
Por
entre as folhas secas, a axiologia pergunta sobre a natureza do mérito e...
Eis que o homem universal responde:
_ O que está bem feito, bem está. A glória que me cabe é o sabor da obra feita.
Faço-a com os olhos altos e o coração inteiro. Cabe-me, tão somente, o
contentamento em vê-la pronta!
À história que faz do homem o teto
da consciência livre...
o mérito da gratidão!
Comentários
Postar um comentário