TELAS VAZIAS



TELAS VAZIAS

Cortaram as flores.                                
Arde o campo em agonia.
Abriram as veias,
romperam as teias,
Mulheres sem cor.
Braços tangidos,
olhos perdidos
meninos em dor.
Sem nome,
sem cheiro,
sem grito,
sem jeito de sobreviver.
Apagaram as telas.
Quebraram as velas.
Mataram o pintor.
Meninas e deusas
descem dos quadros
braços erguidos,
gritos de dor.
Silêncio em resposta
na sala vazia.
Pincéis decepados
na cuia da cria.
Telas em branco
choram os mantos
na lida do autor.
Vazia a folia
E a vez da alegria?
A tela fria espera o pintor.






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