E A QUANTAS ANDA A EDUCAÇÃO?

                                                              "Se não pode avançar voando, bom será progredir   
                                                                 coxeando, pois está escrito que coxear não é pecado."
                                                                  (Citado por Freud em Além do Princípio do Prazer)

        Bom seria se perguntar nos eximisse de responsabilidade!
        Mas deixar de ver não "apaga" as impressões que a realidade, imperiosa e teimosamente nos impõe.
        Cabe a quem tem coragem de perguntar, aguentar as consequências, ou, em detrimento de todas as estatísticas, vontades e decisões, propor-se a seguir o adágio citado pelo pai da psicanálise. Também acredito que, em faltando asas, valem-nos as pernas, os pés, as mãos! Pena não usarmos melhor e deliberadamente as boas ideias no lugar de todos os membros citados, mas, há de se pensar que para tudo há lugar nesse universo humano.
          Quando penso que pelas palavras "educar", "educação", "escola", "aprendizagem" atravessam-se e enrolam-se múltiplos sentidos, marcados pela história de nossa evolução e interesses - no plural, interesse-/S / para deixar espaço aberto às possibilidades de inferências que advirão de cada leitor - lembro que "ainda" acredito em mudanças (outra palavrinha marcada e no plural).  E só para abrir mais o espaço das possibilidades, por mudanças quero dizer para além da palavra citada. Seria improdutivo discutir aqui teorias pedagógicas, vontades políticas, formação/salário de professores, envolvimento família/escola, questões de ordem determinantes para o "estado" da educação como um todo, mas não poderá significar que tal discussão não esteja latente em cada espaço de sua ausência. Está! Tanto que, ao saber da "abertura" de mais uma escola municipal em nossa cidade, imediatamente lembrei-me de uma cena que não vi: o grande De Góes , na década de 60, lecionando embaixo de uma árvore antes de ser extraditado do Brasil. Eu não vi, mas nem por isso deixa de ser verdade, "claro como água suja" (foi o que escreveu Guimarães Rosa).
          São João tem mais uma escola. Bom para as famílias, bom para os estudantes, bom para a comunidade, bom para os professores...  e escrevi BOM!, não BUM! Apesar da vontade de brincar com outras possibilidades que ficarão em aberto.  Muito bom para quem aposta no direito ao ensino igualitário desde a abertura da escola para o povo, com o povo e pelo povo. Não estou dizendo qualquer novidade, mas nossa memória histórica comumente sofre de amnésia parcial, localizada e intermitente. Assim, mais uma escola pode significar muito. Pode! E é esse o desejo de todos os que estão envolvidos com a nova escola municipal no Bairro Tejuco.
             Que os ares de todas as boas intenções coroem de sucesso o esforço dos que ainda acreditam que faz diferença "fazer bem", "fazer o bem" "olhando para quem".
              Com asas ou sem elas, faz-se necessário continuar, continuar, continuar. Ou não!? Essa eu deixo para o Caetano, já que ele institucionalizou a pergunta retórica (seria esse o termo?).
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UMA HOMENAGEM
É comum alimentarmos a ideia de que quem escreve "sabe escrever". Essa crença faz parte do MITO que nos afasta de fazermos e expressarmos o que nos vai n'alma (essa construção foi salva pelo ACORDO ORTOGRÁFICO).  SABER ESCREVER é uma faculdade que cabe a todos nós, SEM DISTINÇÃO. Basta que seja EXERCITADA! O pretexto dessa escrita é um texto escrevi e recebeu a premiação Ouro, no Concurso Literário Internacional Voice & Vozes, sediado na Itália, Milão, cuja solenidade acontecerá ainda em julho/2012. Não poderia furtar-me ao que neste momento é tão CARO e IMPORTANTE para mim: dedicar o prêmio para aqueles que se colocam em minha vida como MOTIVO para o crescimento, MEUS ALUNOS DO COLÉGIO REVISÃO. Já que confessei acima minha ESPERANÇA na educação e perguntei a quantas ela anda... ouso confessar também que sinto imenso prazer em aprender em sala de aula. E aprendo todos os dias!   
Aos meus ALUNOS e aos meus colegas PROFESSORES do REVISÃO, "povo" de indescritível competência, mais do que amigos, muito mais do que irmãos! Quando uma escola se empenha em qualificar o seu "fazer", e quando família e escola fazem JUNTAS, temos um pouco do que a sociedade precisa para continuar crescendo em sua natureza HUMANA e DIVINA.
         Para não açular sentimentos contraditórios, cito Albert Einstein:
                                                               "Nunca ensino meus alunos, só tento criar condições para
                                                                 que aprendam." (o grifo é meu)
                                                           

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