Senhora das Águas
SENHORA DAS ÁGUAS
Jogaram
a rede ao mar
E
ela subiu capengando.
Era
a senhora de todas as águas
Pedindo
para voltar.
Queria
encontrar o berço
E
o fruto que fizera amar
Queria
endireitar o suspiro
Para
o menino parar de chorar.
Pois
o levaram ainda pequeno
Nem
se pusera a crescer
Estava
perdido no mundo
Entre
os que não sabiam nadar.
Pelo
doce da água pura
Que
se pusessem a ajudar.
A
senhora de todas as águas
Sabia
cantar e mandar.
As
redes recolhem os tolos
Os
homens pedem socorro
Às
mãos que vêm de longe
Nenhuma
sabe a resposta
Nenhuma
conhece a senhora.
Revolta
de mãe é aguada
Pela
raiva que estoura seca
A
senhora de todas as águas
Mãe
de muitos meninos
Encolheu
os braços cansados
E
soltou as lágrimas fora.
Das
ondas que subiram e desceram
nenhum menino voltou
nem
as redes mergulharam
Buscando
o pão naquele dia.
Mãos
buscavam redes
Peixes
não apareciam.
A
senhora de todas as águas
Fazia
a água chorar
O
mesmo choro que ela
Agora
sabia cantar.
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